Manifestantes estiveram no município domingo, 7, distribuindo
panfletos exigindo a restauração imediata do Salão Holler, maior casa
Enxaimel do Rio Grande do Sul, localizada na Av. Presidente Lucena. O
ato público iniciou no Núcleo de Casas Enxaimel, onde integrantes da
Defender falaram sobre a história da construção. “Esse ato foi no
sentido educativo, buscando mostrar para a comunidade a importância da
obra”, esclareceu o delegado regional da Defender, Cristiano de Brum.
Depois, o grupo seguiu para o centro da cidade distribuindo panfletos e
encerrou o manifesto colocando cartazes nas janelas do Salão Holler.
Entre os cartazes se destacam os seguintes dizeres: “Ivoti tem 36
casas enxaimel na área urbana, quantas precisam cair para valorizarmos
nossa história?” e “Luto Ivoti. Mais uma construção centenária destruída
com a autorização da Prefeitura. Junto destruíram parte de todos nós”.
O prédio foi tombado como patrimônio histórico estadual em 2014, pelo
Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado (Iphae) e hoje
pertence à Ivoti. Segundo o panfleto distribuído por representantes da
Oscip Defender, as más condições do telhado exigem o restauro imediato,
pois a falta de reparo pode causar a deterioração do interior,
encarecendo ainda mais futuros reparos. “É preciso uma solução
emergencial como a colocação de uma cobertura provisória, pois está
chovendo para dentro e quanto maior for a espera, maior será o custo de
restauro depois”, esclarece de Brum.
Resposta da Prefeitura – A Prefeitura postou uma
nota de esclarecimento sobre o assunto na rede social da Administração.
Eles alegam, entre outras coisas, que “em nenhum momento houve omissão
da atual gestão sobre a preservação do Patrimônio Histórico”. Além disso
a nota diz que considera legítima toda a forma de manifestação “desde
que haja coerência e verdade no que se diz”.
Relevância Histórica
Cristiano de Brum é doutorando de história e explica que o Salão
Holler não é relevante apenas do ponto de vista arquitetônico, mas
também paisagístico, histórico e social. “A casa é uma referência para a
comunidade e além de fazer parte da história de Ivoti, é a primeira
casa nesse estilo tombada pelo Iphae no Estado, o que a torna relevante
também para o Rio Grande do Sul”, destacou.
Demolição
Em junho de 2013 o Diário já havia feito matérias sobre o Salão
Holler. Na época a casa estava em obras e as intervenções foram
consideradas agressivas pela Oscip, que iniciou processo, junto ao
Ministério Público. Em janeiro de 2014, a casa foi tombada como
patrimônio histórico pelo Iphae.
Por Vanessa Pustai
Fonte: www.odiario.net
Obs: Participam da ação Alexandre Reis, Cristiano de Brum e Jorge Luís Stocker Jr.
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