Campo Bom – Um recente abaixo-assinado publicado no site
Petição Pública traz de volta a questão do patrimônio histórico da
cidade de Campo Bom e a importância de mantê-lo. A iniciativa é da
Defesa Civil do Patrimônio Histórico (Defender), através do
vice-presidente Jorge Luís Stocker Júnior. Uma das principais demandas
do abaixo-assinado é a atualização do Inventário do Patrimônio Cultural
do Município (que foi realizado na década de 1990) e, posteriormente, a
revisão do Plano Diretor, onde deverão ser incluídos os bens listados no
novo Inventário.
Conforme o vice-presidente, de acordo com a Constituição Estadual, é
obrigatório que cada município esteja com seu cadastro atualizado.
“Logo após a Constituição de 1988, foi realizado o Inventário, iniciado
em 1994 e finalizado em 1996. Esse inventário tinha um total de 57
imóveis, que na época se entendia que possuíam valor cultural. Uma cópia
foi enviada para o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do
Estado (IPHAE) e outra para o Instituto do Patrimônio Histórico e
Artístico Nacional (IPHAN). E só. Não criaram nenhuma ferramenta de
proteção, Plano Diretor, nada que visasse a manutenção dos locais”, ele
explica.
Assim, a Defender espera expor a importância desses bens à população, e incentivar o governo a preservar o patrimônio da cidade.
Luta tem o apoio da comunidade
Segundo o vice-presidente, o novo Inventário é o primeiro passo
para a preservação do patrimônio. “É preciso elencar o que tem
importância, para então saber quais as medidas que devem ser tomadas”.
Entre os bens e locais que entrariam nessa lista e que são mais
conhecidos pela comunidade, Jorge destaca a igreja evangélica antiga –
“a própria igreja católica atual, também” -, a antiga estação
ferroviária e o Clube XV de Novembro.
“Acreditamos que o abaixo-assinado é uma das formas de informar a
comunidade sobre essas questões”, diz o Jorge, que faz questão de
mencionar que o abaixo-assinado também circulou pela cidade em papel
impresso. “É uma forma de esclarecer as dúvidas da comunidade”, diz.
Ele também dá destaque ao papel da população, que também manifestou
seu desejo de que o patrimônio seja preservado. “O apoio da comunidade
faz com que nosso pedido tenha não só legitimidade junto à
constituição, mas também junto à população”.
Inventário defasado
Jorge Stocker comenta que o Inventário que foi realizado se
encontra defasado por duas razões. “Primeiro, a metodologia de hoje é
diferente. Nos anos 90, consideravam apenas valor artístico e histórico,
hoje também consideramos a importância social. Por exemplo, se temos um
prédio simples, mas que faz parte da memória da comunidade, ele pode
ser considerado como patrimônio histórico. Segundo, na época, foram
selecionados os bens considerados como mais importantes. Dos 57 bens
originais, hoje restam 38, minimamente preservados”, frisa Jorge Luís
Stocker Júnior.
Fonte: http://www.jornalrepercussao.com.br/geral/defender-na-luta-pelo-patrimonio-historico/
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